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Erdbeerfelder für immer

Es gibt etwas im Richthof, das kann ich nicht gut erklären. Eine zauberhafte Schönheit, ein Geheimnis.
Während ich Spazieren ging, schaute ich nach den Leuten. Unser philosophischer Garten mit seinen Erdbeerfeldern erfüllte meine Seele.
In diesem Augenblick fühlte ich mich so wie Hanno Heckmann…
„Ich werde mein Leben total verändern, ich weiß jetzt, was ich machen werde, ich werde nur für diese Menschen arbeiten.“

Filosofia de Jardim

Ludwig Wittgenstein depois de ter enfrentado a primeira grande guerra, escrito o Tractatus Logico-Philosophicus, pensou que não tinha mais nada para fazer, resolveu virar professor de escola primária e depois auxiliar de jardineiro.
Heidegger, filho de camponeses, um homem comum que, no meio do mato, entre os lenhadores da Floresta Negra, escreveu nada menos do que Ser e tempo.
É impossível esquecer o jardim de Epicuro e sua vida sem excessos.
Bom, não participei de guerra nenhuma, tampouco escrevi um grande livro e tantas vezes me excedi, mas… fui professor e quando completei trinta resolvi fazer algo diferente como, por exemplo, me tornar jardineiro.
Com a mochila nas costas parti para um jardim distante, um lugar sem agrotóxicos, onde todas as manhãs, com um grupo de pessoas portadoras de necessidades especiais, nos aproximamos da terra, num ato contínuo de plantar, cuidar e colher.
Em quase dois anos aqui, passo a entender um pouco mais os pensadores que acima mencionei, além de perceber como um simples jardim pode ser, embora fisicamente deveras dolorido, também um lugar tranquilo, profundo e extremamente Filosófico.

O filosófico Jardim – O ataque do Guaxinim

Primeiro o desgraçado devorou nossos morangos, em seguida acabou com a plantação de milho, com as amoras e por último foram os tomates que com tanto zelo plantamos e infelizmente não colhemos.
Para Mosé, o italiano gente boníssima que trabalha em nosso Filosófico Jardim(outro dia explico melhor esse nome), foi a gota d’água. Montamos uma megaoperação, estilo Globo Repórter na floresta Amazônica, para capturar o bicho e soltá-lo em algum lugar bem longe.
Depois de três dias de espera, lá estava ele, aprisionado em nossa armadilha. Era um guaxininzinho simpático, sapeca, barrigudo e fotogênico, bem diferente do que imaginávamos.
Nos minutos seguintes nos afeiçoamos ao pequeno animal, conversamos com ele, rimos, brincamos e no meio daquela alegria generalizada, confesso que, por instantes, bateu um certo remorso. Bom, tudo até que … (assista ao vídeo)

Os campos de trigo não carregam em si nenhum significado especial. Não são bonitos ou feios, alegres ou tristes. É comum passar por eles sem percebê-los ou simplesmente exclamar “como são lindos!” sem nem sequer viajar em pensamento. Nós fazemos isso o tempo todo, com todas as coisas, com todo mundo.
Naquele sábado, por instantes, fiquei só num campo de trigo ainda verde. Caminhei a esmo por pequenas passagens, olhei o céu, toquei de leve e com a ponta dos dedos dezenas de pés. Em compassos nada calculados vinha um vento sapeca e brincava com eles que se inclinavam e voltavam a posição ereta com incrível rapidez causando um efeito que para mim, poderia durar a vida inteira.

O melhor dos mundos possíveis

De repente você se torna adulto em uma vida construída pelas suas próprias escolhas, porém acorda todos os dias com uma estranha sensação de que nada foi premeditado e tudo simplesmente aconteceu independente da sua vontade.
Ao contrário do caos interno, tudo está perfeito! O envelhecimento na medida certa, a redescoberta, aos trinta anos, do corpo.
De sedentário beberrão você passou a pedalar quase trinta quilômetros todos os dias, bebe menos, come na medida certa, trabalha num lugar mágico, ainda por cima fala uma nova língua e lê (no original) aquele bando de pensadores que, embora te causaram inúmeras dores de cabeça na Universidade, você sempre admirou.
ORGULHO deveria ser a sua palavra pelo fato de que foram certamente, induzidas ou não, as melhores escolhas e você meu amigo, seguindo nosso amado Leibniz, não pode esquecer de que vive no melhor dos mundos possíveis!
Mas, a pergunta que fica é por que existe sempre um maldito “mas”, um “porém” desnecessário e um “apesar” que acaba com tudo?
A foto é de um dos campos de trigo que tenho a oportunidade de ver crescer aqui de casa…
Acho que é por eles que tenho andado tanto de bicicleta!