Segunda!

O fim de semana está para acabar. O relógio do computador marca vinte e duas horas e dezenove minutos. Trágico para alguns milhões que por alguma razão se deram mal, alegre para aqueles que tiveram oportunidade de curtir algo legal, como por exemplo, a Festa Pomerana e tediosamente normal para aqueles que mofaram na frente de um televisor.
Aqui no meu canto esquecido de mundo, meu filho quis estar comigo. Assim passamos o sábado e o domingo juntos a brincar de carrinho, pintar, caminhar sobre o gelo, cozinhar, tocar piano, consertar um trator de brinquedo, a capa de um livro e uma caixa de ferramentas.
Com o tardar da hora, Gabriel está na cama, Simone está a passar a roupa e eu me enclausurei no porão aqui de casa onde construí uma espécie de batcaverna. Lugar de meditação, violão, reparação e trabalho, muito trabalho. A dita lista “to do” não para de crescer. Um monte Everest de pendengas a serem resolvidas com urgência. Diante do quadro emergencial das coisas por fazer, eu entro em pânico pela certeza de que, com sorte, chegarei a um por cento de realizações.
Antes de eu me reconhecer e me aceitar como um ser meio hippie meio Waldorf, eu confesso que acreditava na minha capacidade de produção. Hoje, depois de tantos exercícios de autoconhecimento, sobrou-me apenas uma mente vazia.

dali_relogio