A democracia pomerodense e o jogo sujo

São cinco candidatos a concorrer ao cargo de Senhor Feudal do município de Pomerode. A corrida começou, acertadamente, com mil elogios ao processo democrático. Uma alegria ter tanta gente a pensar no melhor para esse nosso sagrado lugar. Não falo apenas de soluções para os problemas que, pasmem, existem e nos afligem, mas também o mantenimento daquilo que funciona, das coisas belas, dos valores que estamos a construir e do orgulho que temos em dizer “Pomerode é a nossa cidade”.
A política partidária, no entanto, agrega interesses que estão além do candidato em si. Um postulante ao cargo mais importante da nossa cidade nunca está sozinho, pertence a um partido, é levado por interesses, precisa ser financiado, assume compromissos. Seria de imensa ingenuidade acreditar que estamos apenas a falar de Beto e Glória, Ércio e Chico, Frank e Deoclides, Jair e Marcos, Rafael e Neusa. Eles são fundamentais, mas não são o todo. Representam a parte visível de um gigantesco iceberg.
Fato é que o pleito eleitoral encaminha-se para a reta final. A partir de agora, infelizmente, temos a oportunidade de assistir os efeitos nocivos dos interesses por trás dos nossos auspiciosos candidatos. As propostas, tão importantes, serão por um momento deixadas de lado, para que o velho jogo sujo da política siga o seu curso. Denúncias gravíssimas surgirão, jornais de índole duvidosa protegerão seus candidatos e desferirão maliciosos ataques contra seus inimigos, boatos pejorativos, detrimento da imagem do outro, promessas estapafúrdias, enfim, atos maléficos travestidos de essenciais tomarão conta do cenário político pomerodense. Cabe a nós, enquanto eleitores, observar, pesquisar, conversar, estudar e fazer valer a pena a conquista máxima da nossa tão frágil democracia: o direito de votar!