Sou um catador de objetos

Sei que parece poema de Fernando Pessoa. Eu, no entanto, não sei fazer poesia.
O título desta vinheta é algo puramente físico e tem a ver com um miúdo de pouco mais de oitenta centímetros. Benjamin, vulgo Beni. Passamos o dia juntos. Simone vai a estudar suas pedagogias, Gabriel enfrenta as turvas águas do primeiro ano, Helena desbrava o “protegido” mundo do jardim de infância e nós? Bom, Beni e eu ficamos “sós” na casa Jawlensky.
Ele a brincar e eu, atrás, a catar, catar e catar…
Hoje, por exemplo, Beni invadiu o zoológico, raptou animais selvagens e gargalhou ao ver os pobres animaizinhos espatifados no chão.
Não contente, seguiu para o castelo medieval onde imobilizou cavaleiros e quando o rei pensou em fugir, foi pego pelo pescoço e acabou destronado.
Infelizmente não acaba por aí… Beni se deslocou temporalmente até o Velho Testamento e no momento em que Eva daria a maçã para Adão ele o pegou e deixou-o com a cara no chão, livrando-nos do pecado original.