Creio que, para mim, sempre é hora de dormir. Já acordo com sono. Uma ressaca danada pelas garrafas que não bebi, pelas verdades que eu não disse, pelas decisões que eu não tomei, pelos músculos que eu não mexi. A boa vida do pau mandado, do louco de sentimentos tortos, do menino morto, que acabou por cuidar tanto dos outros e esqueceu de si.
Cadê o livro que estava ali? Foi substituído pelo Iphone, tal como a inércia substituiu as emoções. Sucumbiu o corpo, largado aos doces, apodreceu a alma, invadida pelas sensações de um mundo fodido.
Bom, eu poderia continuar, mas agora é hora de dormir.