Parrrrabéns Pomerrrroda

Sou, como vocês sabem, um pomerodense nato. Muitos dirão, com dedo em riste, que estou a caluniar, pois não nasci no Hospital e Maternidade Rio do Testo. Tal infortúnio é a mais pura verdade. Fui concebido, a contragosto, em Jaraguá do Sul. Eu queria o Doutor John (Connor), mas dentro de uma barriga, são poucas as chances de negociar. Conheci Pomerode apenas três dias depois do meu nascimento. Ali, no entanto, fiquei até os meus dezenove anos.
Dizem que chovia aos cântaros naquela fatídica tarde em que escolhi para vir ao mundo Pomerano. Eu estava, no colo de minha mãe, no banco de trás, quando o opa com seu luxuosíssimo Ford Del Rey, atravessou aquele portal místico no Testo Rega. Digo místico porque o portal físico foi erguido, se não me engano, lá pelos idos do ano 2000. Mas enfim, contam eles que, de repente, o céu se abriu, o sol ofuscou a visão do opa que teve que parar, de súbito, o carro. Quando saímos, fui acolhido por aquele povo de bicicleta e sotaque engraçado. Parrrrabéns! Diziam eles para minha mãe. Tinha acabado o turno na fábrica de malhas Malwee, um dos expoentes da Revolução Industrial Pomerana.
E foi assim, meus queridos, que aprrrendi a falarrr parrrrabéns para todo mundo, ou seja, carimbando em variados documentos a minha cidadania pomerana.