Após a longa ausência voltei a uma sala de cinema e desta vez com direito a uma animação 3D. Vi-me novamente encantado pela sétima arte e tudo o mais que está além do ato em si de ficar lobotizado. A magia de se comprar pipoca (aqui na Batatolândia só existe pipoca doce, mas deixa estar) e Coca-Cola 700 ml, andar por aqueles corredores cheios de cartazes, o tapete vermelho, o cheiro peculiar, o lugar no fundão. Depois apenas comer, beber, assistir, beber, assistir, comer, comer, assistir, assistir, assistir…
Bom, mas vamos ao filme e suas reminiscências. Resolvi valorizar o “produto nacional”… Dos mesmos produtores da Era do gelo: Rio.
Não quero criticar, nem apontar minha frustração ao me deparar com um Brasil estereotipado, isso está aquém do surrealismo que foi ouvir nossos sambinhas, uma coisa tão brasileira e por isso maravilhosa, sendo entoados na língua de Friedrich Nietzsche.
Eu tinha um pressentimento que isso pudesse acontecer, pois coisa parecida se passou há muito tempo com o filme Central do Brasil. Em um restaurante no meio do sertão a Fernanda Montenegro com voz de 20 anos me pede “Ich hätte gerne eine Cola, bitte“.
Cruel foi assistir Cidade de Deus. Imagine ouvir…“Dadinho nicht! Mein Name ist Zé Pequeno Scheiße!“ . Todo mundo tenso e eu a soltar gargalhadas. Cabeças balançaram em tom de reprovação, ouvi xingamentos, fui “gentilmente” convidado a me retirar e acatei o “pedido”, enxugando as lágrimas, simplesmente porque era impossível parar e, em realidade, não há como rir de um filme assim.
Enfim, para meu desespero aqui na Alemanha não existem filmes em seu idioma original. Todos são previamente e terrivelmente dublados.
De presente para vocês fica o trailer (em alemão) de RIO…