Mau humor

Hoje eu acordei, sem motivo aparente, de mau humor. Sabe aquele dia em que a humanidade te irrita e os outros são simplesmente um inferno. Se minha vida fosse normal, eu agradeceria (não sei bem ao certo quem) por estarmos em pleno sábado. Se eu ainda morasse em Florianópolis, desconectaria o telefone, fecharia as cortinas do apartamento, pediria alguma porcaria pelo serviço de tele entrega e sepultaria a humanidade, pelo menos por algumas horas.
Não moro mais na Ilha e minha vida ganhou, como vocês sabem, um “a” na frente da palavra normalidade. Hoje é sábado e eu não posso me excluir do contato com minha excêntrica família.
Abro a porta do apartamento e desço as escadas da casa com a testa franzida. No vão de entrada, perto da lareira, ouço Teodoro. Todo dia ele faz uma algazarra ao me ver. Começa com “Ali vem ele!”, depois Teodoro segue com mais entusiasmo… „Gente, ele está chegando!!!” Quando alcanço o piso térreo, ele está a bater palmas eufórico, gritando emocionado… “Peterson! Peterson!”.
Imaginem isso trezentos e sessenta e cinco dias por ano, especialmente quando tudo o que você quer é o máximo de silêncio e o mínimo de agitação.
Eu fiz um pequeno gesto simbolizando “menos, por favor.” disse um sucinto bom dia e fui preparar o café…

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