Jean Wyllys, meu “amigo” vereador e a teoria da Pixar

O Deputado Jean Wyllys decidiu, por questões que não nos cabe julgar, deixar o Brasil.
Comemorou o Presidente.
Comemoraram os filhos do Presidente.
Comemoraram, com demasiada euforia, os eleitores do Presidente.
Lamentaram, com lágrimas nos olhos, as minorias representadas pelo Deputado.
Lamentaram aqueles que, de alguma forma, acompanharam a biografia deste ser humano que, cheio de ideais, entrou na política para fazer algo pelo próximo.
Entre lamentos e festejos muitos são os comentários, os chistes, os memes, os julgamentos.
Tenho, por exemplo, um “amigo” vereador que, ao saber da notícia, não contou tempo em curtir a foto de um Jipe cuja legenda dizia: O único Wyllys que fez algo pelo Brasil.
Os protofacistas, é lógico, foram ao delírio.
Os motivos da renúncia do Deputado foram as ameaças por ele recebidas.
As intimidações foram, em minha opinião, terríveis.
Segundo a Carta Capital ameaçaram estuprar e degolar a sua mãe.
Quem consegue viver com um medo desses, aliás, quem é que consegue viver com medo?
Será que meu “amigo” vereador ficaria tranquilo e contente se fosse com sua própria progenitora?
Como uma figura pública, cuja empatia deveria ser a base do seu fazer, pode curtir uma postagem dessas?
Ontem assisti um vídeo de um rapaz tido como conservador e autointitulado “sem rabo preso” sobre o assunto Jean Willys.
Ele montou uma teoria, tão bem fundamentada quanto a famosa teoria da Pixar, de que o Jean Wyllys agora, como ele mesmo disse, em decadência, execração pública (se fosse realmente isso, creio eu, ele não teria sido reeleito deputado) “cria” uma narrativa de perseguição política e vira ativista internacional, deixa de ser um pária no Brasil para ser um pseudo-herói lá fora, no fim ainda diz… pior… agora, sendo remunerado em dólar.
Bom, diz o Jean Wyllys que quer sair da vida pública para se dedicar a vida acadêmica.
Enfim, somente um futuro próximo nos mostrará a validade, ou não, da teoria “Jean Wyllys”.