Injusta Justiça

Quantas vergonhas cabem embaixo de uma toga? Quando vejo o que hoje acontece em nosso país, a imbecilidade e parcialidade de alguns juízes, sinto uma tristeza infinita.

Fico pensando na legião de injustiçados ao qual nenhum doutor de martelinho estúpido vai escutar. A nossa porcaria de justiça de cega nada tem. Aprendeu sim, com vendidos magistrados, a ser seletivamente surda.

É pena que os bons profissionais, como sempre, pagam pelos maus. A parte podre do mundo pós-moderno é, lamentavelmente, assim.

Houve um dia em que eu estava no parque a brincar com meu filho. Ouvi um sujeito falar português. Um conterrâneo, pensei com alegria. Puxei conversa. Tagarelamos sobre verão, paternidade e, enfim, sobre a nossa profissão. Quando perguntei o que fazes? O sujeito vermelhou e, com certa vergonha, respondeu em voz baixa… Sou juiz.

Putz! Vociferei. Parecia um bom homem, preconceituei em pensamento. Depois disso, morreu o assunto.

Em silêncio vimos nossas crianças se divertirem. Ele cabisbaixo e eu tentando, a todo custo, me livrar do paradigma pejorativo que a tal profissão carrega. Passaram-se mais ou menos trinta minutos até que ele se foi. Não se despediu, apenas pegou o menino pelo braço e sumiu atrás de um centenário Carvalho.