Hoje fugi da floresta

Hoje fugi da floresta em direção a cidade. Deixei as árvores para ver prédios e abandonei os pássaros para contemplar transeuntes.
Tomei um café na cafeteria do museu barroco e passei minutos a observar o mundo ao meu lado. Um senhor elegante a mergulhar nas páginas de um jornal, uma estudante loira de calças jeans e blusa rosa a digitar, provavelmente um trabalho acadêmico, no laptop. Eu degustei, gole por gole, a bebida que tanto amo e pedi mais uma xícara. Ao olhar para o teto do estabelecimento, um feixe de luz atravessava a vidraça. Um sinal de que o sol brilhava do lado de fora. Assim que terminei, peguei a jaqueta, o chapéu, deixei três euros de gorjeta para a simpática atendente e saí em busca de inspiração.
As ruas de uma cidade são lugares cheios de magia. Esquinas, lojas, ladrilhos, sons, movimentos, personagens… Ontem, o sol tornou-se protagonista. Deixou a ladeira dourada, cobriu-nos com sua quentura ainda tímida. Passei minutos a lagartear em um prosaico banco de madeira, dividido com Gabriel e um estranho.
A subir o aclive um casal passeava com seu cão, um senhor empurrava a bicicleta e duas jovens conversavam animadamente sobre as expectativas infinitas de um sábado à noite…

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