As flores do meu jardim

Há flores cobrindo o telhado
E embaixo do meu travesseiro
Há flores por todos os lados
Há flores em tudo que eu vejo.

Tony Bellotto / Sérgio Britto / Charles Gavin / Paulo Miklos

 

Chega o outono e as borboletas já não voam mais. As vacas mal agasalhadas ficam enfurnadas nos galpões até um dia qualquer, um pouco mais quente, de março. Começam as geadas pela manhã e um restinho de verão, que esse ano não chegou, continua pela tarde, num máximo de dezoito graus.
No jardim, corro para colher as últimas flores, pois preciso enclausurá-las na casa de vidro. É a minha tarefa do dia.
Durante a pausa, tenho a impressão que os buquês, amarrados de ponta cabeça, me olham com sua beleza peculiar. Entre eles, encontro a placa “retrógrada” que me faz pensar na vida pós-moderna. Afinal, aqui nós trabalhamos sem o uso da genética!

 

(Foto tirada pela manhã com a empreitada ainda pela metade)