Waschlappen – O paninho de banho

A primeira vez me neguei peremptoriamente a usá-los. Eu e todo brasileiro que coloca os pés aqui, afinal de contas, somos o país da ducha.
Se eu quero escandalizar, é só contar que, no Brasil, tomava no mínimo dois banhos por dia. Ao terminar a fala, as pessoas com a mão na cabeça, olhos esbugalhados, dizem que sou maluco e que isso faz mal para a pele.
Acredito que o próprio clima europeu impossibilite esse amplo e maravilhoso contato com o elemento água, mas o fato é que cada povo arruma uma solução para se manter minimamente limpo e cheiroso.
Como todos sabem, os franceses, exemplo que amamos, se valem do perfume. Já aqui na batatolândia (termo utilizado pela minha amiga Grace quando se refere a Alemanha) é o famoso Waschlappen, ou seja, o paninho de banho.
Um fato engraçado é que depois de um certo tempo, normalmente acontece já no primeiro inverno, todo tupiniquim adere ao Waschlappen, embora não admita de forma alguma.
É o famoso processo de adaptação. Primeiro repudiamos, soltamos piadinhas coisa e tal, até que um dia, no silêncio do banheiro, na pressa, com medo de chegarmos atrasados e sem tempo para a ducha, caímos na tentação, ou melhor, na aculturação.
Puxamos os dois paninhos, um para a parte de cima, outro para a parte de baixo do corpo, molhamos eles na torneira e…