Para inglês não ver

Nos últimos dias tenho estado mais desperto do que habitualmente. Efeito das férias bem aproveitadas. O verão chuvoso e relativamente frio da Alemanha fez com que eu dormisse por muito tempo. Entreguei-me ao ócio nada criativo, porém muito televisivo.

Orgulhoso com a medalha de ouro de Sarah Menezes e a prata de Thiago Pereira eu passei a acompanhar os jogos com especial atenção.

Depois do primeiro dia tornei-me esperançoso e ufanista – no bom sentido- achei que o Brasil iria arrasar. Sonhei até que chegaríamos entre os dez primeiros. Fomos, no entanto, medíocres. Apesar de termos superado o número de medalhas de Pequim, um mero vigésimo segundo lugar para um país como o nosso é muito pouco.

Sei que o mundo olímpico é rodeado de sujeira. Pouco li sobre o assunto e não tenho ideia do que se passa nos bastidores, mas é fato que alguns de nossos atletas se valeram das mais ignóbeis desculpas para justificarem suas falhas. Um bom texto sobre isso é “O melhor do Brasil é a desculpa” de Marvio dos Anjos.

Aos poucos a nação verde-amarela foi desaparecendo das transmissões. Na escassez de expectativas dos últimos dias (salvo o nosso nobre herói Esquiva), Mano, Neymar e sua trupe de fracassados, fizeram de nós a piada do futebol masculino. Já havíamos sofrido com o vôlei de praia que presenteou os alemães com o ouro.

A coroação do mau êxito deu-se com a histórica derrota da equipe de voleibol masculino para a Rússia. Quanta vergonha.

Em Londres, tudo o que inglês não viu, com exceção da chamada final para a Rio 2016, foi o Brasil.