Ôp, tudo bem?

É fácil de encontrar. “Segue toda vida reto” que você fatalmente vai se deparar com a figura de dois felizes confeiteiros, empoleirados no teto de uma construção, fatiando uma deliciosa torta de chocolate com morangos.
Naquela prosaica construção pintada de vermelho nos refugiamos do calor em tardes tão quentes que era possível fritar um ovo no calçamento. Ali dentro o frescor nos convidava a apreciar um bom café e comer a melhor cuca da cidade, seja de nata, queijo, banana, farofa ou castanha. O sanduíche era feito com pãozinho crocante, tenras fatias de queijo e presunto, margarina ou manteiga, dependendo do gosto do cliente. Simone se deliciou com o pão de queijo feito ou com lingüiça ou com bacon. Ela me ofereceu e eu não recusei, experimentei alguns e realmente, o sabor é ímpar.
Engraçado foi que depois do segundo dia, todas as atendentes pareciam saber o que iríamos pedir. Será que somos tão previsíveis? Bom, podia ser uma impressão pessoal, no entanto, a resposta veio na terceira vez que entramos e uma simpática e zelosa mulher perguntou se queríamos o “mesmo de sempre”. Apenas três dias e nos tornamos velhos clientes, um mero aspecto endêmico de Pomerode.
Em nosso quarto café da tarde na instigante padaria, voltei a me sentir um nativo. Ali sentado, eu apreciava o café, conversava com Simone, dava uma garfada na cuca e, num intervalo de cinco minutos, de três cidadãos que entraram para pedir em alemão, seus 4, 6 e 8 “pãezinhos”, todos esticaram o pescoço, olharam para mim e num ato típico, ergueram a mão e proferiram o famoso cumprimento pomerodense: Ôp, tudo bem?