O "bendito" resfriado

Pode parecer loucura (no mundo em que estou inserido essa palavra assume um significado todo especial), mas sinto saudades de um belo resfriado, sem dor de garganta, é claro.
Faz tempo que não “pego” um, desde que me enveredei pelo caminho da alimentação biodinâmica.
Sabe aquele dia que você acorda podre, com uma sensação do tipo “ingeri psicotrópicos”, apesar de no dia anterior já ter pressentido a chegada do simpático vírus, ter tomado algum chá com paracetamol e ido dormir as nove.
Bom, ainda deitado, você olha o teto e testa… Solta um “aaaaaaaaaaaaaaaaaaa” e o conjunto não sai unissonante, mas truncado como o barulho de um trator. Pelo menos a voz está ótima para ligar para o trabalho e dizer fungando, tossindo, coçando a garganta: “sem condições”.
Alguns pequenos arrepios, frio intenso e corpo quente, indicam febre, não precisa ser muito, trinta e sete e alguma coisa já é o suficiente. Você precisa se alimentar: Café e sanduíche, na cama, tudo acompanhado pelo Laptop e pela televisão. Então, em plena terça, com as cortinas fechadas, você cochila, acorda, olha a caixa de mensagens, volta a dormir, assiste televisão, toscaneja mais um pouco, come e repete tudo mais umas “trocentas” vezes.
Lá pelas cinco, com o quarto fechado o dia inteiro, você percebe uma espessa neblina que cheira a Vick Vaporub, aspirina e mais uma centena de outros entorpecentes… Pois então, chegou a hora de reagir, abrir a janela, coçar o cabelo ensebado, tomar um banho e finalmente… sentir-se vivo!