Filosofia de Jardim

Ludwig Wittgenstein depois de ter enfrentado a primeira grande guerra, escrito o Tractatus Logico-Philosophicus, pensou que não tinha mais nada para fazer, resolveu virar professor de escola primária e depois auxiliar de jardineiro.
Heidegger, filho de camponeses, um homem comum que, no meio do mato, entre os lenhadores da Floresta Negra, escreveu nada menos do que Ser e tempo.
É impossível esquecer o jardim de Epicuro e sua vida sem excessos.
Bom, não participei de guerra nenhuma, tampouco escrevi um grande livro e tantas vezes me excedi, mas… fui professor e quando completei trinta resolvi fazer algo diferente como, por exemplo, me tornar jardineiro.
Com a mochila nas costas parti para um jardim distante, um lugar sem agrotóxicos, onde todas as manhãs, com um grupo de pessoas portadoras de necessidades especiais, nos aproximamos da terra, num ato contínuo de plantar, cuidar e colher.
Em quase dois anos aqui, passo a entender um pouco mais os pensadores que acima mencionei, além de perceber como um simples jardim pode ser, embora fisicamente deveras dolorido, também um lugar tranquilo, profundo e extremamente Filosófico.