De um lugar para o outro

Acho trágica essa mania que o ser humano tem de ficar jogando com a natureza. Simplesmente trocamos as coisas de lugar como se fossemos os donos do mundo.
Lembro de uns pinguins que apareceram em uma praia do litoral de Santa Catarina e foram levados ao zoológico onde, na época, eu era voluntário (repudiei a ação, mas…). Bom, em pleno verão e sob um calor de quase quarenta, os bichos cambaleavam, tropeçavam e se esborrachavam no chão, para delírio dos sádicos (e eram muitos) espectadores.
No parque zoo botânico de Nuremberg, a tristeza foi ver o coitado do rinoceronte soltando fumacinhas e não sabendo onde enfiar o enregelado rabo a uma temperatura de menos três graus.
Agora a crueldade…Em minha primeira visita ao Campus, depois de ter sido aceito como aluno, o diretor  eufórico,  apontou para uma folhagem e me perguntou:
– Reconhece aquela “árvore” ali? Linda, não é? Pois então, a trouxemos do Brasil.

Em completo estado de choque observei por um longo tempo a bananeira que nunca daria um só cacho. A coitada parecia tremer e se falasse, certamente clamaria por um pouquinho de calor ou por alguém que a colocasse dentro de um avião e a mandasse direto para o seu país de origem.