Chá de cogumelo

Todo mundo tem um amigo, um primo, um vizinho ou conhecido que já tomou e a história sempre se repete: O sujeito ficou louco por três dias e saiu correndo pelado no meio da rua. Não existem variantes. Nunca ouvi alguém dizer que pirou quatro dias e correu vestido em uma praia de nudismo lotada, o que em minha opinião, nesse nosso mundo caduco,  seria um ato extremo de rebeldia, afinal pelado „todo mundo fica, todo mundo quer“. Temos como exemplo máximo da nudez  em qualquer lugar o trabalho do fotógrafo Spencer Tunick.
Mas, não é sobre como viemos ao mundo que eu quero escrever. Tenho, depois das aulas no Campus, frequentado uma autoescola, para obtenção da carteira de habilitação europeia. A distância entre a minha casa e a cidade (quem acompanha o blog sabe) são doze quilômetros, feitos, nos últimos cinco dias, a pé.
Levo, para percorrer o trajeto, pouco mais do que duas horas. A floresta imensa, os campos, as pontes, um rio chamado Fulda que segue o caminho até o sopé da montanha, me encantam. “É minha experiência mística”, brinco com o pessoal aqui de casa que se espanta ao me ver chegar perto das dez.
Esplêndido, bucólico, idílico, mas estranhamente sem movimento humano, apenas eu, entre raposas, veados e agora, nesse início de outono, também cogumelos. Estão por toda a parte, alguns gigantes, outros pequenos, venenosos, comestíveis, solitários ou em pequenas aldeias, provavelmente habitadas pelos Smurfs (quem viveu a década de 80 sabe do que estou falando).
Naquele meio, psicodélicamente falando, só faltou o coelho branco para eu realmente me aproximar do Lewis Carroll. Por sorte, eu estava com a máquina fotográfica e consegui “colher” alguns para compartilhar com vocês neste post. Agora com licença que, para começar bem o fim de semana, depois da caminhada, preciso preparar um belo chá …