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Qual é a sua praia?

Vivemos em um país que se debruça (no sentido mais poético que essa palavra pode assumir) sobre o Atlântico.
É só prestar um pouco de atenção para perceber que em cada um de nós existe uma ligação íntima com alguma praia perdida deste imenso litoral. Reminiscências, histórias, amores, verões, expectativas…
Lembro das lágrimas de Adilson, amigo de Pomerode, que aos quatorze anos viu, pela primeira vez, o mar. Elana, a menina que saiu de Cuiabá e, um dia, se emocionou ao descer comigo o Morro do Boi… Aquelas ondas a quebrar na rocha, a imensidão, o azul…
Outro dia Bettina escreveu sobre Navegantes, a praia que permeou a infância e a adolescência de muitos de nós. A princípio, não era nada bonita, mas foi lá que em muitas temporadas da década passada, construímos a nossa história.
Em uma pequena vila de pescadores, no bar do Arantes com seus milhões de bilhetes, na praia do Pântano do Sul, há doze anos, me apaixonei perdidamente por Simone.
Hoje estou longe do mar e, ao assistir um pequeno filme sobre a “minha” Praia do Riso (que fiz para o último grupo que trabalhei), a escola a beira-mar onde cheguei aos trinta e me tornei homem, me fez chorar por longo tempo.
Senti falta do “Nosso lugar” que, a princípio, eu também pertencia, as crianças que corriam livres e me ensinaram o significado da palavra “cuidar”, o trabalho pedagógico, as rodas, os lanches, as colegas de trabalho (lindas, todas elas) cuja amizade se tornou tão profunda e significativa. Saudades de Kátia, a educadora que me mostrou o quão gostoso é escrever. Acredito que nunca agradeci, quem sabe o momento seja esse…

Meu doce último grupo (noch in Brasilien) from petersonfilosofia on Vimeo.

Erdbeerfelder für immer

Es gibt etwas im Richthof, das kann ich nicht gut erklären. Eine zauberhafte Schönheit, ein Geheimnis.
Während ich Spazieren ging, schaute ich nach den Leuten. Unser philosophischer Garten mit seinen Erdbeerfeldern erfüllte meine Seele.
In diesem Augenblick fühlte ich mich so wie Hanno Heckmann…
„Ich werde mein Leben total verändern, ich weiß jetzt, was ich machen werde, ich werde nur für diese Menschen arbeiten.“

“Pettersson” celebridade

Não tenho intenção nenhuma de copiar o Lucas (vale a pena ler e quem sabe ajudar), pois certamente não tenho o talento do rapaz, mas o fato é que aqui na Alemanha é febre, mania, sucesso de vendas. Toda criança conhece e adora o famoso Pettersson e seu gatinho Findus. Tem livros, calendário, caixinha de remédios, estojos, sombrinhas e até mesmo desenho animado.
O fato do meu nome ser Peterson, faz com que eu, automaticamente ganhe notoriedade entre os pequenos. É só me apresentar para a criançada ficar em polvorosa: Onde está o Findus? Cadê o seu chapéu? (a barba já deixei crescer para ficar parecido) Você usa lente agora? (O Pettersson usa óculos).
Apesar de ter a metade dos “esses” e “tês” de meu célebre homônimo, tenho me divertido um bocado com toda essa história.

O filosófico Jardim – O ataque do Guaxinim

Primeiro o desgraçado devorou nossos morangos, em seguida acabou com a plantação de milho, com as amoras e por último foram os tomates que com tanto zelo plantamos e infelizmente não colhemos.
Para Mosé, o italiano gente boníssima que trabalha em nosso Filosófico Jardim(outro dia explico melhor esse nome), foi a gota d’água. Montamos uma megaoperação, estilo Globo Repórter na floresta Amazônica, para capturar o bicho e soltá-lo em algum lugar bem longe.
Depois de três dias de espera, lá estava ele, aprisionado em nossa armadilha. Era um guaxininzinho simpático, sapeca, barrigudo e fotogênico, bem diferente do que imaginávamos.
Nos minutos seguintes nos afeiçoamos ao pequeno animal, conversamos com ele, rimos, brincamos e no meio daquela alegria generalizada, confesso que, por instantes, bateu um certo remorso. Bom, tudo até que … (assista ao vídeo)

Qual é o seu "Wilson"?

É engraçado como a maioria das coisas, nesse nosso mundo capitalista, você adquire, consome e depois de um tempo simplesmente esquece. Existem é claro, raras exceções, objetos inanimados que conseguem se personificar de tal maneira que passam a fazer parte integral da sua vida. A criação premeditada ou não de uma ligação tão íntima e profunda que muitos dos que te olham de fora, acham apenas engraçado, estranho, ridículo.
O filme O náufrago mostra isso na amizade construída entre um homem e uma “simples” bola apelidada de Wilson. Desde que saí do Brasil, há algum tempo, carrego sempre comigo um pequeno Dicionário. Lembro nitidamente da tarde em que o toquei e o levei comigo para sempre. Eu trabalhava em uma livraria e, durante as pausas, estudava alemão sozinho com alguns livros e fitas K7. Depois de algumas semanas e um punhado de dificuldades acabou o interesse. Joguei tudo dentro de uma caixa e, já em casa, atrás da lavanderia, no quarto onde tudo era guardado, arranjei um espaço para perdê-lo. Anos mais tarde, em uma daquelas buscas de verão, lavado em suor, o reencontrei e do meu bolso jamais saiu. Posso dizer que graças a ele me expresso de forma razoável na nova língua e sendo um pouco Vinicius agora, nossa amizade é tão verdadeira que eu suportaria, não sem dor, perder todos os meu amores, mas enlouqueceria se perdesse meu doce e querido “L”. E você, qual é o seu Wilson?